segunda-feira, 21 de março de 2011

Repertório da oralidade


Pessoas queridas vêm contribuindo para o blog. Dalila lembrou-me das concepções e experiências de nosso professor e amigo Claudemir Belintane (Pedagogia USP). Contar histórias e pedir para os pequenos recontá-las ajudando-os a perceberem o sentido de progressão; selecionar músicas do cancioneiro nacional, adivinhas e trava-línguas para memorizar e brincar. Por estarmos distantes do Brasil, compete a nós, pais, transmitirmos esse repertório de músicas, trava-línguas, parlendas e histórias. Reproduzo um trecho de uma entrevista com o Prof. Dr. Claudemir Belintane extraída da internet:
Quais relações propiciadas pela oralidade podem ser úteis mais tarde no domínio da leitura e da escrita?A oralidade é esse conjunto de textos que a tradição vem peneirando ao longo do tempo e tornando cada vez mais bonitos e interessantes. A narrativa tem uma contribuição fundamental, trazendo essa progressão textual, vocabulário, o volume de texto manejado na memória. A narrativa é um grande estruturador da memória, não só na infância como na própria tradição das culturas. Os textos poéticos são o inverso. As brincadeiras todas que as crianças fazem são textos poéticos, como o trava-língua, que é musical, tem o efeito da paronomásia, efeitos de estilo. As parlendas trazem o non sense como trabalho com a beleza do significante, e também destacam a palavra, escandindo-a, isolando fragmentos.
Aqui vai o link para a leitura integral da entrevista que o Prof. Dr. Claudemir deu comentando alfabetização e oralidade: entrevista

quinta-feira, 10 de março de 2011

Provocação


Durante 1 semana preparei uma apresentação sobre o Carnaval para os colegas do Heitor (todos têm 3 anos e estão num contexto multicultural – na sala, ao todo, são 6 línguas faladas). Estava ansiosa quando alguém exclamou: mas eles são apenas crianças de 3 anos!!!
A infância é um conceito historicamente construído e a criança, por muito tempo, não foi vista como um ser em desenvolvimento, com características e necessidades próprias.
No século XIII, atribuía-se à criança sentimentos e pensamentos anteriores à razão. No séc XVI, um marco importante foi a criação da escola como período de preparação para se integrarem ao mundo dos adultos. No entanto, nesse momento as crianças ainda eram consideradas adultos imperfeitos. No Sec XVIII, Rousseau promoveu uma revolução ao afirmar que a criança é um ser com características próprias em suas idéias e interesses. Formulou princípios educacionais que inspiram os pedagogos até hoje por afirmar que a verdadeira finalidade da educação era ensinar a criança a viver e a aprender a exercer a liberdade.
No século XX, muitos pedagogos e psicólogos contribuíram para cada vez mais respeitar-se esse período singular. As crianças não são ❝páginas em branco a serem preenchidas❝, elas sentem e pensam o mundo, num trabalho de significação e ressignificação. Elas têm um jeito próprio de construírem conhecimento utilizando as mais diferentes linguagens e exercendo a capacidade de  terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que procuram desvendar.
Aqui vai uma foto do Heitor, com 1 ano e meio, produzindo conhecimento e desenvolvendo sua sensibilidade artística:

quinta-feira, 3 de março de 2011

Brincar


Ontem, pela primeira vez montamos um lego para o Heitor… na realidade a tia Ana e o Arthur que dominam no assunto vieram aqui e tivemos a idéia de montar o brinquedo (para o qual não tenho habilidade desenvolvida ainda). O Heitor ficou meio cabreiro no começo, mas depois adorou e ficou um bom tempo brincando na estação de bombeiro.
Fiquei refletindo sobre como é importante oferecer experências diversificadas de brincadeiras, por isso, visitar os amigos é uma opção interessante para expor nossos filhos a outras situações brincantes.
A brincadeira favorece a auto-estima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui, assim, para a interiorização do conhecimento do mundo e de  determinados modelos de adulto. É por meio da brincadeira, uma atividade espontânea e imaginativa, que as crianças recriam o que sabem e estabilizam seu mundo interno. (adaptado do Referencial Curricular Nacional para  a Educação Infantil, Brasil, 1998)
Aqui vai um link sobre a importância do brincar na educação infantil brincar ed infantil