domingo, 8 de maio de 2011

Minha gente, Macunaíma foi conhecer Washington!

Brasileiros e brasileiras... é que me aventurei pelas plagas da Georgetown University para encontrar gente que fala a minha língua (a língua dos literatos, claro, porque português quase todos os vendedores dos shoppings de Miami já estão falando – hahaha!).
Participei de uma Oficina sobre Português como Língua de Herança (PLH) em Washington e aqui compartilho algo:
Os aprendizes de herança foram expostos a uma língua-cultura com a qual mantêm uma conexão pessoal. Essa língua não aprendem na escola, mas em casa, com a família. Falam, ou não (apenas entendem) e geralmente não a escrevem.
Segundo as professoras Dra. Clémence Jouêt-Pastre (Harvard University) e Dra. Gláucia Silva (University of Massachusetts, Dartmouth), o grande desafio que esses sujeitos enfrentam é o desenvolvimento dos registros formais da língua falada e escrita.
No caso dos filhos dos imigrantes daqui (EUA), o inglês é a língua da escolaridade, portanto terão acesso a seus vários registros (escrito formal urbano, escrito informal, falado formal culto, falado informal, etc). Dessa forma, nossos filhos serão linguisticamente eficientes na língua escolar (o inglês) nos mais variados contextos sociais.
No caso dos aprendizes de herança o que ocorre, geralmente, é conviverem apenas com o registro oral informal do ambiente familiar e serem ineficientes nos outros registros.
E agora, jacaré? Bem, Macunaíma saiu do Amazonas, arriscou-se em sua odisseia em busca da muiraquitã, foi para São Paulo e conheceu os registros e a variedade cultural brasileira... Nossos pequenos, às vezes sapecas que nem o herói, devem seguir a trajetória de Macunaíma e ter acesso aos mais variados registros culturais (falado, escrito, formal, informal, etc)...
Sigamos a perspicácia de Mário de Andrade: em matéria de identidade e de cultura a diversidade é riqueza! 
Aqui vai mais sobre PLH:

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